Problema

Efeitos do ciclone ainda são sentidos pela população

Galhação e ruas esburacadas são as principais demandas de moradores da periferia da cidade

Foto: Jô Folha - DP - Caminhos por onde cidadãos que vivem na vila Governaço circulam precisam de manutenção

Vinte dias após o ciclone que devastou o sistema de abastecimento de energia em Pelotas e região, derrubou mais de 300 árvores com os ventos que chegaram a cem quilômetros por hora, além da chuva que acumulou 230 milímetros entre os dias 12 e 13 e 26 de julho, a Prefeitura de Pelotas corre contra o tempo para recuperar os estragos em via pública. Mas a situação em comunidades periféricas tem prejudicado o dia a dia dos moradores que transitam em ruas com galhos no meio da via e ruas esburacadas. Uma medida radical foi do Consórcio de Transporte Coletivo de Pelotas (CTCP), que suspendeu a passagem da frota em ruas de diferentes bairros por causa da estrutura das vias, sendo que o retorno à normalidade será quando forem patroladas. A Prefeitura diz que está trabalhando e que recolhe uma média diária de 35 a 40 caçambas de galhos.

Na vila Governaço, bastante afetada pelo volume de chuva, a faxineira Rosângela Afonso Borges, 55, tem caminhado um quilômetro e meio por dia, na rua Alberto Reichow (antiga rua Um) para embarcar no ônibus do Passo do Salso, na avenida Cidade de Lisboa, e ir trabalhar. Como sofre de asma, diz que precisa sair uma hora antes do horário do transporte coletivo. "Só passam a patrola na avenida", reclama.

Ao entrar na rua, percebe-se a irritação dos moradores. Não há como desviar dos buracos que, em alguns trechos, parecem crateras. Em função da rua ser mais alta que os terrenos, a patrola, na opinião da comunidade, só aumentaria o problema da entrada de água nas casas quando chove. "Aqui teria que colocar cascalho e aterro e nivelar a rua. Caso contrário, vai ser sempre assim", sugere a dona de casa Jéssica Aires Oliveira, 28, que garante nunca ter visto uma patrola no local. "É um verdadeiro descaso o que fazem com a gente." Seguindo a rua em direção à BR-116, as condições vão piorando. A recente abertura dos canais para escoar a água da chuva jogou lama na estrada e, para passar com veículos pequenos, é preciso muita habilidade na direção.

Em outro bairro, nas Três Vendas, percebe-se que os galhos caídos com o ciclone foram entulhados e aguardam pelo recolhimento. Mas na comunidade da Santa Terezinha, na rua Bezerra de Menezes, uma árvore segue caída, ocupando parte da rua, dividindo o espaço com os inúmeros buracos do local. "Essa rua consta na Prefeitura como asfaltada. Há tempos fizemos um abaixo-assinado reivindicando a condição da via, conforme registro, mas até agora nada. E cada vez que chove é isso que você está vendo", ilustra a aposentada Nairdes Vieira, 78. Ela acredita que a patrola passa longe pelo fato da via constar como asfaltada (informação que a Prefeitura não confirmou nesta quarta (2), informando que será verificada).

Circulando mais um pouco pela cidade, no Sítio Floresta e no Areal fundos, o cenário é o mesmo. Na Vasco Pires, os ônibus também deixaram de circular. Segundo a CTCP, estão suspensos o tráfego na Toussaint (Três Vendas), avenida João Gomes Nogueira e na Vila Saint Hilaire (Areal).

Quem também espera por providências é a Colônia de Pescadores Z-3. A empresário do ramo de alimentos Adriana Chagas diz que a estrada segue intransitável, prejudicando cada vez mais os negócios da comunidade. "Patrola, por enquanto, nada. Além disso, tem muita sujeira na beira da estrada. Tem uma rua no Cedrinho muito suja. E nada é feito", diz a moradora, ressaltando ter observado a colocação de lâmpadas de led no local.

Recuperação das vias
Conforme o secretário de Serviços Urbanos e Infraestrutura, Fábio Suanes, a recuperação de vias ainda está sendo feita priorizando as linhas de ônibus. "Não há dificuldades extras em ações ou áreas específicas, estamos trabalhando para melhorar a drenagem, recuperar as ruas e fazer as limpezas necessárias em toda a cidade." As equipes da Prefeitura seguem recolhendo galhos e entulhos de lixo com a média diária de 35 a 40 caçambas.

Conforme a direção do Sanep, a manutenção do sistema de macrodrenagem e da limpeza de canais ocorre de maneira constante, durante todo o ano, como forma de preparar o Município para os períodos chuvosos. Atualmente, o cronograma de limpeza se encontra no canal da avenida Juscelino Kubitschek de Oliveira. Em 2023, já foram mais de 30 quilômetros de estruturas limpas e desobstruídas. Todas as sete casas de bombas operam a pleno, 24 horas por dia, para garantir o escoamento das águas que chegam através dos canais.

Sobre a Z-3, o vice-prefeito e secretário de Desenvolvimento Rural Idemar Barz (PSDB) informa que as duas pontes que tiveram as cabeceiras danificadas por ações meteorológicas no mês de julho foram imediatamente consertadas e o trânsito flui normalmente por elas e que nova avaliação de rotina deverá ser feita nos próximos meses. As ruas do interior da Colônia, prejudicadas pelas últimas fortes chuvas do mês de julho, serão patroladas até o fim desta semana.

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